Você concordaria em fazer um exame de sangue que revelaria a sua probabilidade de morrer nos próximos 5 ou 10 anos? Um estudo científico realizado por um grupo de investigadores de diferentes universidades, incluindo a Universidade de Leiden, nos Países Baixos, revela que inventou um teste de sangue capaz de prever a probabilidade de uma pessoa morrer nos próximos 5 ou 10 anos.
Este novo exame de sangue centra-se em 14 biomarcações que não estão relacionadas com doenças específicas, mas com indicadores gerais de saúde, desde o metabolismo dos ácidos gordos até à inflamação ou à glicose.
O estudo explica que a análise foi realizada com amostras de sangue de 44.000 pessoas de todas as faixas etárias, e garante que a percentagem prevista de morte foi exacta em homens e mulheres de todas as idades.
Alguns médicos que não participaram na investigação, como a especialista em demência Amanda Heslegrave, dizem que, embora a amostra da investigação seja extensa e correcta, os dados de controlo correspondem a pessoas de origem europeia. Seria necessário compará-las com outras etnias para verificar se a suposta taxa de sucesso se mantém.
No entanto, um exame de sangue que calcula a probabilidade de morrer nos próximos 5 a 10 anos levanta muitas questões éticas.
E se esses dados forem utilizados contra o paciente, por exemplo, na prestação de tratamento? E se as seguradoras, ou mesmo as empresas, solicitarem esse tipo de análise?
Outros médicos acreditam que é mais prático concentrar-se em como detectar doenças precocemente, mesmo antes de elas ocorrerem, em vez de procurar saber quando é que o doente vai morrer.